quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Waleska me contou...

Vira e mexe, direção é sempre um assunto que vêm à tona nas conversas com as Au Pairs. Dramáticos ou cômicos, todas as meninas tem sempre um episódio interessante no volante. Mesmo para aquelas que estão acostumadas a dirigir no Brasil, enfrentar novas leis, diferentes condições climáticas e até um sistema de trânsito bem mais rigoroso é sempre desafiador.

Alguns estados e famílias exigem que a Au Pair tenha, além da PID (permissão internacional para dirigir), também a habilitação americana. Para tanto, quando chegam nos EUA, as Au Pairs precisam passar por todo o processo como se estivesse denovo na auto-escola. É interessante pois assim terá bem mais segurança na direção e ainda estará em posse de um dos mais importantes documentos de identificação nos EUA, sem correr o risco de perder seu passaporte: a driver license.

Nós e a Heloá Waleska aconselhamos!

"Eu voltei ao Brasil quando fiz 01 ano e pedi visto outra vez. Eu fiz o teste escrito e o teste de vista antes de voltar ao Brasil e depois que consegui o visto outra vez fiz o teste de rua. Eu resolvi tirar pra ter mais um documento daqui, mas em NY não é obrigatório não. Poderia ter continuado usando a minha internacional do Brasil.

O teste teórico são 20 questões e podemos errar 06. São questões sobre placa, sinalização, o que fazer quando tem ônibus escolar, pedestres atravessando a rua, etc. Não é difícil e a gente recebe o resultado na hora. O teste de rua é na avenida mesmo. Não é como no Brasil que tem lugar reservado. Eles observam se a pessoa segue o limite de velocidade sinalizado, se faz os stops, dá a seta para virar e manda fazer a volta em U e paralelo park. Carro aqui é mais fácil, né? Tudo automático. Só não sabia uma coisa e na hora fiquei enrolada, usei os dois pés, um no acelerador e outro no freio e aqui nao pode. Só pode usar um pé, o mesmo que acelera é o que pisa no freio. Deu tudo certo, só levei uma bronquinha, mas passei.

Eles obrigam agente a fazer 05 horas de aula antes de fazer o teste de rua - aula teórica mesmo. O curso dá um certificado e eu paguei USD40,00. Após o teste são em média 15 dias para receber em casa a habilitação.

Para mim ter habilitação aqui é mais cômodo pois não precisamos levar o passaporte para os lugares e se um policial parar, esse documento é indispensável.

Minha cidade fica a 35min de Manhattan e eu divido o carro com a família. Eles tem dois carros mas usam para ir trabalhar e eu uso a noite ou fim de semana, quando preciso. Também uso para ir ao College, que vou duas vezes por semana, mas eles permitem que eu use o carro quando precisar."

Waleska, com 'seu' baby e mostrando a driver americana.

E você, já tirou a sua habilitação americana? Tem vontade?

Waleska é Au Pair em Yonkers, NY há 01 ano e 02 meses.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Marley me contou...

Passar por uma experiência de intercâmbio nunca é fácil e o que mais nos aperta o coração é deixar para trás - mesmo que por um tempo curto e pré-determinado - as pessoas que amamos. Tenho certeza que se pudéssemos levaríamos na necessaire as pessoas mais queridas!

E é exatamente isto que muitas Au Pairs têm feito. Cada dia mais amigas se programam para viajar juntas e aproveitam para se ajudar tanto na preparação quanto na adaptação nas terras do Tio Sam. Para elas é sempre mais fácil ter com quem dividir a enchurrada de novidades que é ser uma intercambista.

Marley e Marjory são irmãs e resolveram fazer o programa mais ou menos na mesma época. Para elas, estarem juntas é muito mais do que diversão e companhia - tem a ver mesmo com cumplicidade. Marjory irá completar 02 anos de Au Pair em Fevereiro, enquanto Marley acabou de renovar e ficará mais um ano curtindo esta experiência inesquecível.

Aqui Marley nos conta um pouquinho de como resolveram viajar para o programa e como está sendo sua vida de Au Pair:

"Eu tive a ideia primeiro e eu era de outra agência. O fato foi que não deu certo, depois fui morgando e deixando passar porquê estava na faculdade e trabalhando, então Marjory se formou e resolveu fazer esse programa, e ai ela procurou outra agência e depois que ela entrou na Experimento, em 03 meses ela se foi e eu fiquei. Ai minha mãe juntou uma grana e me inscreveu na Experimento e em 03 meses também fiz match e aqui estou.

Moramos perto uma da outra, a 2h30 de carro. Ela mora em Rhode Island e eu em NY. Eu vim depois de 06 meses que ela já estava aqui e, com certeza, me senti muito melhor. Já que sou a caçula e ela a irmã mais velha, foi muito importante ter a presença dela aqui. A maior dificuldade que eu passei aqui foi quando decidi trocar de familía e ela me ajudou, me apoiou, não só ela como a família dela também. Estava com medo de arrumar uma família pior. Como ela já havia passado por um rematch, isso me ajudou. E poder conversar sempre com ela no telefone também é ótimo. Já nos encontramos muito, não lembro quantas vezes! Já viajamos para Boston, Cape Cod e Maine.

Estou adorando o programa! Para mim está sendo muito mais do que vir pra viajar e conhecer os EUA. Detalhe: realizando um sonho de criança! Estou aprendendo inglês, conhecendo novas culturas e podendo fazer cursos na minha área do Brasil. Aqui temos a possibilidade de ir em shows daquela nossa banda favorita! Já fui ao show da Britney Spears, que teve Pussycat Dolls na abertura e já fui no show da Madonna. Nunca pensei que um dia iria pois sou fã de carteirinha da Britney! Vou fazer um curso de Inglês voltado pra indústria do Turismo pois estudei Turismo no Brasil."

Marley e Marjory @ USA

E você, viajou ou irá viajar com alguma amiga? Nos conte!

Marley Dowell é Au Pair em Sleepy Hollow, NY, desde Setembro de 2008.
Marjory Dowell é Au Pair em Greenwich, RI, desde fevereiro de 2008.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Juliana me contou...

Uma das melhores coisas em um programa de intercâmbio é a oportunidade de viver o novo. É quase como renascer e ver nesta nova experiência um mundo em possibilidades a serem exploradas. Ir a um típico restaurante chinês no Chinatown de São Francisco com chineses de verdade te servindo, esquiar nas famosas montanhas de Aspen, ver as obras do Andy Warhol em seu próprio museu, Jogar nos cassinos de Las Vegas, andas pelas ruas onde foi gravado aquele seu episódio preferido de Sex and the city ou ir a um show da nova turnê do U2, por exemplo. Como diz a propaganda de um famoso cartão de crédito: não tem preço. Ou melhor, priceless!

Falando no U2, oportunidade única para quem deseja ver a lendária banda subir ao palco com suas super produções musicais é a nova turnê U2 360º Tour, que foi aberta no dia 30 de Junho em Barcelona e na américa fez seu primeiro show no Chicago´s Soldier Field, no dia 12 de Setembro.

O U2, com mais de 20 anos de estrada, está no ar com seu novo álbum No line on the horizon. A banda já ganhou 22 prêmios Grammy - mais do que qualquer outra - e isto mais do que prova porquê conferir um show do U2 nesta nova turnê seria uma dessas experiências priceless.

Juliana Ferreira não foi nem boba e foi conferir de pertinho porquê o U2 é o que é, sem mais adjetivos. Quando perguntei o que ela havia achado do show, ela soltou de cara um "Perfeitoooooo". Resolvi então dividir com vocês, para matar de inveja quem não foi:

“O show foi em New Jersey, mas foi considerado o show de New York, tá ligado? Foi no Giants Stadium. Foi só este show, o povo de NY foi para este e no site deles tavam tratando o show como de NY. Foram 2 dias. Estava lotaaaaaado, umas 80.000 pessoas, em plena quarta-feira. O ingresso foi 100 dólares, mas isso porque eu comprei 03 dias antes do show. fiquei bemmm pertinho do palco, foi perfeito! Quem ficava na arquibancada era lugar marcado, mas eu tava lá no chão, nao tinha seats. Foi organizadíssimo, eu nunca tinha ido para um show tão grande na minha vida, entao não sei bem comparar com esse tipo de show no Brasil mas foi tudo perfeito, nenhuma confusão, super seguro, etc.
O que eu achei estranho foi que nos shows que eu tinha ido no Brasil, quem fica no chão, na galera, fica num super imprensado, empurra-empurra danado, mas por mais gente que tivesse lá, não tinha aperto, cada um no seu quadrado, tá ligado? O povo tava muito animado, às vezes chegava a ser ensurdecedor aquele povo todo cantando, foi lindo, uma experiência inesquecível!"

Ju, having a blast @ U2 360º Tour

E você, conferiu o novo show do U2 ou já foi para algum grande show ou espetáculo?

Juliana Ferreira é Au Pair em Mine Hill, NJ desde Junho de 2009.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Rebeca me contou...

Às vezes o medo e o comodismo são nossos aliados em algumas situações que vivemos. Preferimos não encarar nossos "monstros", mesmo sabendo que uma hora ou outra este duelo será inevitável. Optamos pelo desconforto, pelo indesejado, mesmo tendo ciência do que podemos fazer para mudar.

A diplomacia é o segredo do bom-viver, e uma boa conversa conserta até o inconsertável. Precisamos aprender a fazer melhor uso de nossa mais valiosa ferramenta: a comunicação.

Acredito que a graça da vida está na plenitude de vivê-la como se não houvesse amanhã. Portanto não se acomodem no desconforto, não vivam sem realmente viver, pois nossa passagem é breve e nossas experiências são curtas e efémeras para deixarmos ir e vir de qualquer jeito. Vivam em plenitude esta experiência de ser uma Au Pair, que é única. E se alguma coisa estiver te incomodando, conversem! only you can change it!

Rebeca viveu uma situação interessante, e resolveu compartilhar conosco:

"Bom, desde que cheguei aqui nos Estados Unidos e iniciei minha vida de Au Pair, percebi que minha familia não é muito de conversa. Não que eles sejam ruins ou chatos, não é bem isso, mas porque eles não são muito acolhedores mesmo. Claro que estranhei um pouco no começo, afinal um dos méritos de ser Au Pair é poder participar das atividades da host family e fazer parte como membro da família, mas no meu caso, não é bem assim. Eu não sou chamada pra jantar, eles não me convidam pra sair, não me incluem nas viagens e eu sempre tenho que perguntar qual será a minha schedule dos finais-de-semana. Agora você deve estar pensando: ai, coitada dessa menina! É, eu sei, é de dar pena mesmo. Mas já haviam se passado 05 meses e, como tudo nessa vida a gente se acostuma, eu me acostumei.

Mas só comecei contando isso tudo pra vocês entenderem melhor a minha história que aconteceu em um final de semana, há alguns meses atrás, quando o verão tava com tudo por aqui e eu resolvi sair com minhas amigas pra um festival de reggae em Delaware, há mais ou menos 1 hora da cidade onde eu moro. Como eu já disse, sempre pergunto como será meu fim de semana de trabalho para poder sair pra umas festinhas com as meninas e aproveitar meu FDS. Então, religiosamente, na sexta-feira sentei e perguntei quais dias ela precisaria de mim e ela respondeu: "sexta a noite e sabado de manhã". (ponto) Ótimo, o festival será sábado à tarde e eu vou poder ir, mas como sempre não contei nada pra ela, porque ela nunca se importou pra onde eu vou ou deixo de ir mesmo. Bom, sábado de tarde, terminei de trabalhar, peguei as meninas e fomos pro festival. Quando já estava na metade do show, por volta de umas sete da noite, minha host me liga dizendo que vai sair pra jantar e que precisa de mim as 8h!!! Como assim????? E agora? O que eu falo? Respirei fundo e falei: "Fulana, sinto muito, mas eu estou numa cidade vizinha, num festival com minhas amigas e não tenho como voltar pra casa até as oito horas..." (silêncio). De repente ela abre o bocão e começa a falar coisas que ela nunca tinha me dito na vida como: "você não pode sair da cidade num final de semana de trabalho, você não me avisou que tinha planos de sair, você tem que me comunicar antes e blá blá blá e precisamos conversar sobre isso!". Pois é, precisamos conversar mesmo, porquê se tivessemos conversado antes e ela me dissesse o que eu posso ou não posso fazer, nada disso teria acontecido, não é verdade? Nesse dia cheguei em casa e todos já estavam dormindo, então fiz o mesmo e rezei pra no outro dia de manhã ela nao me mandar de volta pro Brasil. Quando acordei, tomei meu banho e desci pra encarar a "tal conversa". Cheguei na cozinha e estavam todos lá no clima de domingo de manhã, fazendo o breakfast, aproveitei o clima, fiz cara de "por-favor-não-me-mate" e disse: "vamos conversar sobre aquele assunto agora?" e minha host me respondeu: "Vamos sim, mas não agora e não precisa fazer essa cara que eu não estou chateada com você, ok? Amanhã conversamos."
E mais um dia de ansiedade se passou, na segunda a noite sentamos eu, meus hosts e os papéis que eles fizeram as anotações das minhas atividades diárias e o que eu preciso saber a partir de agora e que eles nunca tinham me dito em 5 meses que eu estava lá. Conversamos, conversamos e conversamos e eu percebi que eles não são tao frios quanto eu imaginei e eles viram que eu não sou tão indiferente quanto eles imaginavam.

Claro que a conversa nao mudou a minha vida aqui, mas já me sinto mais a vontade dentro de casa e com eles. E foi isso, depois de achar que ia ser deportada pra casa no primeiro avião, eu vi que nada melhor do que uma boa conversa... mesmo que seja nos 45 do segundo tempo."

Rebeca around USA

E você? Já viveu alguma coisa parecida? Venha dividir conosco!

Rebeca Barreto é Au Pair em Moorestown, NJ há 08 meses.